Eugenio Maciel German
Eugênio aprendeu a jogar xadrez aos 8 anos de idade, com seu irmão Henrique. Quando se mudou para Belo Horizonte para cursar o científico, foi que a sua carreira de enxadrista deslanchou. Em 1948, com 18 anos, terminou o campeonato mineiro na segunda colocação.
Publicado em 25/05/2010 10:00 - Atualizado em 10/06/2010 10:08
Eugenio Maciel German nasceu em Uba (MG) em 24 de outubro de 1930. Mestre Internacional de Xadrez, morreu no dia 1º de abril de 2001, em Belo Horizonte, aos 70 anos de idade. German tornou-se mestre internacional em 1952, na Olimpíada de Helsinque. Foi o primeiro brasileiro a obter este título.
Eugênio aprendeu a jogar xadrez aos 8 anos de idade, com seu irmão Henrique. Quando se mudou para Belo Horizonte para cursar o científico, foi que a sua carreira de enxadrista deslanchou. Em 1948, com 18 anos, terminou o campeonato mineiro na segunda colocação, atrás apenas do experimentado Jayme Moses. No ano seguinte firmou-se no cenário nacional ao terminar o 17º Campeonato Brasileiro empatado na terceira colocação com o cearense Ronald Câmara. Foi uma verdadeira maratona, pois a prova contou com nada menos do que 22 participantes. German fez 14 pontos em 21 possíveis, atrás de Walter Oswaldo Cruz e Márcio Elísio de Freitas, com 10 vitórias, 8 empates e 3 derrotas.
Em 1950, ainda no Rio, teve a sua participação mais fraca em campeonatos brasileiros. Com 7 pontos em 11 possíveis, ele dividiu a 5ª colocação com o campeoníssimo João de Souza Mendes, atrás de José Thiago Mangini, Eduardo Hasbum Asfora, Nelson Dantas e Fernando de Almeida Vasconcellos.
Na final de 1951 veio a primeira grande consagração. Ele conquistou no Clube dos Diários, em Fortaleza, seu primeiro título brasileiro, perdendo apenas uma partida, empatando duas e ganhando nada menos do que 14 jogos. German ficou um ponto e meio à frente de Luiz Campelo Gentil e José Thiago Mangini.
Em 1952 termina em 2º lugar no Campeonato Brasileiro, disputado no Clube de Xadrez São Paulo (com sede ainda na Rua Vinte e Quatro de Maio, 250 - 4º andar) de forma invicta, ao lado de Luciano Belém, mas um ponto atrás de Flávio de Carvalho Jr. Neste ano, German passou ao plano internacional. Participou de torneios internacionais em San Rafael, Uruguai (4º) e Mar del Plata (7º/8º). A sua consagração veio em Helsinque onde, como primeiro tabuleiro do Brasil, obteve 68% de aproveitamento. Esta performance lhe deu o título de mestre internacional, sendo o primeiro brasileiro a obter essa distinção.
De 1953 a 1958 fica afastado dos tabuleiros, dedicando-se totalmente aos estudos de engenharia mas, uma vez formado, volta com toda a força. Vence os Campeonatos Mineiros de 1959, 1960 e 1961, o Torneio Zonal Centro (1960) e o Troféu Cidade de Vitória (1960), este último com 100% de aproveitamento, derrotando inclusive Ludwig Engels. Ainda em 1960, German termina empatado na terceira colocação do Torneio Zonal Sul-Americano e no ano seguinte conquista de forma categórica a vaga para o Torneio Interzonal. Ambas as provas foram disputadas em São Paulo.
A sua ida ao Torneio Interzonal de Estocolmo foi tumultuada e, conforme Ruilon Mont?Alverne Neto e Luiz Henrique Vidigal, lhe trouxe muitos dissabores. Não fosse pela ajuda de alguns amigos, que completaram o dinheiro da passagem, German não teria viajado. Levando em conta esta pressão negativa e, é claro, a força da competição, a sua participação pode ser considerada de razoável para boa. O destaque foi a vitória, de pretas, sobre Lajos Portisch, mas também os excelentes empates contra Korchnoi, Gligoric, Stein e Geller, foram significativos. German terminou no 19º lugar (entre 23), com 7 pontos.
German afasta-se dos tabuleiros outra vez. Com exceção da vitória no Zonal Centro, em 1965, em Belo Horizonte, quando desiste de participar da final do Brasileiro, ele só volta a jogar com freqüência a partir de 1968. Participa do Campeonato Mineiro e, a convite da CBX, vai para a Olimpíada de Lugano. Jogando no segundo tabuleiro, atrás de Mequinho, German faz uma pontuação apenas regular: 43%. Em 1970 volta a disputar o Mineiro e em 1972 ganha outra vez o Zonal Centro, desta vez em Brasília.
Ele resolve participar da fase final, em Blumenau, após 20 anos de ausência. Perde a primeira rodada para Vitório Chemin, mas depois torna-se um rolo compressor. Com destaque com as vitórias sobre Antonio Rocha e Francisco Trois, German conquista, aos 41 anos de idade, o seu segundo título nacional, meio ponto à frente de Francisco Trois, Adaucto Nóbrega e Peter Toth.
No final do mesmo ano, ele ainda participa de sua terceira Olimpíada, em Skopje, capital da Macedônia. Como primeiro tabuleiro, perfaz 60% de aproveitamento, coroando uma bela carreira enxadrística. fonte: clubedexadrez
por Assessoria de Comunicação da PMU